Os ourives, os faqueiros, os ferradores, os ferreiros, os seleiros, os comerciantes de cavalos, os carreteiros, os cocheiros, os garageiros, os mecânicos e os metalúrgicos honram santo Elígio como seu celeste patrono. Conta-se que durante a sua vida terrena Elígio, nascido em Chaptelat no Limosine pelo ano de 588, de nobre família galo-romana, exerceu essas várias profissões, além de tudo naturalmente, a de bispo. Como ourives e ferreiro a lenda procura mostrá-lo como tendo dado provas de rara honestidade.
Isso valeu-lhe a promoção a diretor da Casa da Moeda em Marselha: testemunham-no algumas peças portadoras de sua assinatura. Não era um diretor no sentido moderno da palavra. Elígio continuava a trabalhar na sua forja, manejando martelo e tenazes. Desse modo o representam muitos pintores. Uma lenda conta que o castíssimo ferrador teria resolvido a seu modo uma tentação diabólica, prendendo com as tenazes o nariz de uma linda moça que o seduzia, sob cujas aparências vira a presença do demônio.
No período em que foi diretor da Casa da Moeda, Elígio continuou a trabalhar com muito zelo em obras importantes como o túmulo de são Martinho de Tours, o mausoléu de são Dionísio de Paris e o cálice de Cheles. O que vai sem dúvida atribuído a seus méritos são as numerosas obras de caridade feitas neste período, resgatando muitos prisioneiros, aos quais restituía a liberdade, e a construção de uma abadia, em 632, em Solignac, que confiou à direção de são Remaclo. Em 633, construiu um mosteiro feminino em Paris.
Em 639, morto o rei, demitiu-se de todos os cargos, para entrar na vida eclesiástica. Dois anos após era consagrado bispo e teve o governo da diocese de Noyon-Tournai, que dirigiu por uns 20 anos, dedicando-se a muitas atividades apostólicas: fundações de mosteiros e viagens missionárias a Flandres e entre os frisões. A morte o colheu durante uma dessas viagens de pregação, na Holanda, a 1º de dezembro de 660.
Glória ao Pai, ao Filho, e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.