No início do século VIII a.C, um humilde pastor, vaqueiro e cultivador de sicômoros, originário de Técua, cidadezinha situada a 19 km de Jerusalém, Reino do Sul, “caiu na arapuca” de Deus, deixou sua vida tranquila e foi anunciar e denunciar no Reino do Norte sob o reinado de Jeroboão II. Seu nome era Amós: chamado por Deus e tirado de junto do seu rebanho, foi enviado a profetizar a Israel. Diante de um regime de injustiças ele decide “levantar sua voz” em favor dos oprimidos, mas é expulso pelo sacerdote Amasias.
Ele denunciava que os ricos acumulavam cada vez mais, criando um regime de opressão; as mulheres ricas, chamadas por ele de “vacas de Basã”, estimulavam seus maridos a explorar os fracos; os que roubavam e exploravam iam depois rezar no santuário, pagar dízimos, dar esmolas e oferecer sacrifícios para tranquilizar a consciência. Pensavam que podiam “comprar” a Deus e ocultar diante dele seus crimes de exploração e opressão. Os juízes julgavam de acordo com o dinheiro que entrava; os comerciantes ladrões deixavam os pobres sem possibilidades de comprar ou vender por preço justo suas mercadorias; os sacerdotes apenas ofereciam sacrifícios rituais sem questionar nada.
Diante de tudo isso, Amós afirmava que esta situação era insustentável para Deus. A única saída para o país é a conversão e a volta à prática do bem, da misericórdia, o que implica em voltar a escutar Iahweh. E é com um toque de esperança que o Profeta conclui o seu livro, afirmando: “a misericórdia de Deus restaurará o seu povo”.
Meu Deus, afastai de mim toda a superstição! Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé! Meu Deus, purificai meu coração de toda a maldade, afastai de mim os pensamentos perversos e inúteis, para que minha oração mereça ser ouvida na presença de vossa Divina Majestade. Amém.