O nome Beda em língua saxônica quer dizer oração. São Beda, “o pai da erudição inglesa”, como o definiu o historiador Burke, morreu com 63 anos na Abadia de Jarrow, na Inglaterra, após ter ditado a última página de um de seus livros e ter recitado o “Glória ao Pai”. Era a véspera da Ascensão, 25 de maio de 735. Recebeu sua formação nos dois Mosteiros Beneditinos de Wearmouth e Jarrow, e neste último foi ordenado Padre aos 22 anos.
As maiores satisfações da sua vida foram por ele mesmo compendiadas em três verbos: aprender, ensinar, escrever. A maior parte de sua obra de escritor tem origem e fim no ensinamento. Escreveu sobre filosofia, cronologia, aritmética, gramática, astronomia, música, medicina. Mas São Beda é antes de tudo um teólogo, de uma linguagem fluida e simples, acessível a todos.
Ele é apresentado como um dos pais de toda a cultura posterior, influindo através da Escola de York e da Escola Carolíngia sobre toda a cultura europeia. Entre os monumentos insignes da historiografia fica a sua História eclesiástica do povo inglês, pela qual mereceu ser proclamado no Sínodo de Aquisgrana, em 836, “venerável e doutor admirável dos tempos modernos”. Gostava de autodefinir-se como “historiador verdadeiro”, com a consciência de ter prestado um serviço à verdade.
O Papa Gregório II chamara-o a Roma, mas Beda suplicou-lhe que o deixasse na laboriosa solidão do Mosteiro de Jarrow, de onde saiu somente por poucos dias, para estabelecer as bases da Escola de York.
Após ter ditado a última página do seu Comentário de João, “agora dirija minha cabeça – disse ao monge escrivão – e faça com que eu possa volver os olhos para o lugar santo onde rezei, porque sinto na alma uma grande doçura”. Foram suas últimas palavras.
Ó Deus, que iluminais a vossa Igreja com a erudição do vosso Presbítero São Beda, o Venerável, concedei-nos sempre a luz da sua sabedoria e o apoio de seus méritos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.