Filipe nasceu em Florença em 1515. Vivaz, alegre e otimista por temperamento (tanto que mereceu o apelido de Pipo, o bom), tentou várias profissões, entre as quais a de comerciante em São Germano, perto de Cassino, aos dezoito anos. Estudante em Roma, abandonou os estudos. Aos 24 anos de idade, fez um pacote de todos os livros que então possuía (exceto a Bíblia e a Suma Teológica de Santo Tomás) e os levou para vender na praça distribuindo depois o dinheiro obtido aos pobres. Desde aquele instante somente Deus haveria de ocupar seus pensamentos e coração. Filipe Néri recolheu consigo os meninos turbulentos dos subúrbios romanos e os educava divertindo-os. Para ajudar os mais necessitados não hesitava em pedir esmolas nas estradas. Um dia, um individuo sentindo-se importunado, deu-lhe um soco. “Este é para mim – foi a resposta sorridente do Santo – agora me dê algum dinheiro para os meus meninos”. Ordenado Padre aos 36 anos, em 1551, criou pouco depois o Oratório, uma Congregação Religiosa de Padres, empenhados de modo particular na educação dos jovens.
Sem parecer, Filipe tinha uma sólida cultura: promoveu os estudos de história eclesiástica, encaminhando a esta disciplina um dos seus sacerdotes, Barônio. Depois dos 75 anos de idade limitou sua atividade ao confessionário e à direção espiritual. Possuía o segredo da simpatia e da amizade. Sobre o leito de morte sentia-se culpado ao pensar que estava deitado numa cama macia e limpa, enquanto Cristo morreu pregado na cruz.
Antes de morrer, com seus 80 anos, Filipe Néri, queimou os manuscritos dos seus livros guardados na gaveta. Após a morte, a 26 de maio de 1595, em Roma, os médicos averiguavam sobre seu tórax, uma esquisita curva das costelas, como a dar espaço maior ao grande coração do apóstolo de Roma.
Ó Deus, que não cessais de elevar à glória da santidade os vossos servos fiéis e prudentes, concedei que nos inflame o fogo do Espírito Santo que ardia no coração de São Filipe Néri. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.