Nascido aos pés dos Alpes, em Aosta, em 1033, de família nobre, e educado pelos Beneditinos, Santo Anselmo manifestou desde muito jovem um forte desejo de dedicar-se à vida contemplativa, seu pai, Gandulfo, permanecia irremovível: o filho primogênito não devia tornar-se Monge, mas seguir os seus passos. Anselmo sofreu tanto que chegou a ficar gravemente enfermo. Restabelecido, pareceu ouvir o desejo paterno, porque se adaptou à vida mundana, mas em seu coração conservava intacta a antiga chama. De fato abandonou bem logo a casa paterna e após ter vagado pela França parou em Bec, na Normandia, em cuja famosa Abadia lecionava um grande mestre de teologia, o Monge Lanfranco.
Anselmo mergulhou nos estudos seguindo fielmente os rastros do mestre, ao qual sucedeu como Abade, ainda muito jovem, na direção do Mosteiro e como professor. Foi pregador e reformador da vida monástica e sobretudo teólogo. Representa o início da teologia escolástica. Seu rigor ascético criou-lhe fortes oposições da parte de alguns, mas a sua grande amabilidade acabava por conquistar o amor e a estima até dos mais refratários. Era um gênio metafísico de coração piedoso: com o coração e a inteligência se aproximou dos mistérios cristãos: “Fazei, ó Senhor, que eu sinta com o coração aquilo que alcanço com a inteligência” – ele escrevia.
Foi a Roma não só para pedir o reconhecimento dos seus próprios direitos, mas também para que fossem amenizadas as penas decretadas contra seus adversários, afastando assim o perigo de um cisma. Morreu em Cantuária, Inglaterra, a 21 de abril de 1109. Em 1720 o Papa Clemente XI declarou-o Doutor da Igreja.
Ó Deus, que concedestes ao Bispo Santo Anselmo investigar e ensinar as profundezas de vossa sabedoria, fazei que a fé venha em auxílio de nossa inteligência, tornando suaves ao nosso coração as verdades que devemos crer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.