Thmuis é uma cidade do baixo Egito. Esse nome significa “cabra”, porque na antiguidade esse animal era adorado aí. Serapião foi bispo de Thmuis de 340 a 356. Primeiramente esteve na Escola Catequética de Alexandria, depois se fez monge na escola de Santo Antão, abade, que morrendo, lhe deixou como herança, juntamente com a predileção pela vida solitária, sua túnica de pele de cabra. A notícia nos vem de Santo Atanásio que foi grande amigo de Serapião que seguia e sustentava a doutrina do “martelo dos arianos” (cognome dado a Atanásio).
Chamado ao ministério episcopal Serapião lamenta ter de deixar a vida monástica, como bem demonstra a Carta aos Monges que ele escreveu exaltando a ótima escolha que fizeram renunciando às alegrias efêmeras e aos prazeres do mundo descrito com brio e um pouco de ingenuidade. Ele exalta a eficácia da vida monacal para a Igreja e para a sociedade como foi o caso de Abraão e de Moisés. Como Bispo teve de se empenhar na defesa da doutrina cristã.
Não parece, todavia que seja de Serapião ou pelo menos não é de sua autoria a última redação do Eucológio (30 orações litúrgicas) importante para a liturgia egípcia do século IV. Morreu 370. É sua esta oração: “Criador do céu e da terra, que ornastes o céu com a multidão das estrelas e o iluminastes com os astros esplendorosos, que honrastes a terra para a utilidade dos homens e concedestes a eles – obra de tuas mãos – que gozassem, entre outras coisas, do esplendor da luz dos astros e aqui embaixo que se nutrissem dos frutos da terra, nós te pedimos, por teu amor aos homens e por tua benignidade, manda as chuvas muito benéficas e fecundas, e faze que a terra seja fértil e produza com abundância bons frutos”. Amém.