Pedro de Morrone, penúltimo de doze filhos de humildes camponeses de Isérnia, onde nasceu em 1215, é uma figura emblemática do século de grandes Santos, como São Francisco de Assis e São Domingos, mas também de profundas lesões no corpo da Igreja.
Criado na serena paz do campo, por primeiro esteve no Mosteiro de Santa Maria de Faifoli (1231-32), depois numa gruta do Monte Pelenco em completa solidão. Fez a primeira viagem a Roma em 1238 e lá foi ordenado sacerdote com a licença de levar vida eremítica. Estabeleceu-se de fato sobre o Monte Morrone, perto de Sulmona, depois sobre o Monte Maiella onde em 1246 fundou a primeira comunidade eremítica, que em 1263 o Papa Urbano IV aprovou, inserindo-a porém, na Ordem Monástica Beneditina. Para defender a nova Ordem dos irmãos do Espírito Santo (mais conhecidaos por Celestinos), Pedro de Morrone não hesitou em ir, em 1274, ao Concílio de Lião, obtendo o reconhecimento do Papa Gregório X.
De volta à Itália, o Santo Eremita, impulsionado pelo desejo da solidão, andou de um lado para outro para visitar as várias comunidades monásticas, mas sobretudo para se subtrair às várias visitas de devotos admiradores, que o procuravam por causa da fama da sua santidade. Em 1286, convocou o Capítulo Geral da sua Congregação e nesta assembleia demitiu-se de Prior escolhendo para morada alguns locais: o Ermo de São Bartolomeu de Logio, o Ermo de São João de Orfente, e o Ermo de Santo Onofre, onde recebeu a notícia de sua eleição ao Sumo Pontificado em 5 de julho de 1284. O Pontífice octogenário, depôs a tiara (renunciou) a 13 de dezembro do mesmo ano. Foram necessários dois anos de conclave para que os Cardeais chegassem a um acordo sobre a eleição do Papa na humilde pessoa do Ermitão Pedro de Morrone, que assumiu o nome de Celestino V.
Não conseguiu voltar à suspirada paz do Ermo (local despovoado), pois o seu sucessor, Bonifácio VIII, temendo que os que apoiaram a eleição de Celestino V, criassem novas dificuldades à Igreja, teve-o sob guarda no Castelo de Fumone, onde o ex-Papa viveu os últimos meses de sua vida no completo isolamento. Aqui o colheu a morte a 19 de maio de 1296. Clemente VI o proclamou Santo em 5 de maio de 1313.
Senhor, nosso Deus e Pai, Ternura e Misericórdia, não cessaremos de vos invocar, mesmo apesar de nossas contradições e de nossos pecados. Amém.