Martinho de Tours é um daqueles homens que fizeram falar de si gerações inteiras por ter sido protagonista daqueles atos capazes de acender a fantasia popular. Todos ouvimos falar do episódio em que são Martinho, cavalgando, envolto na sua ampla manta de guarda imperial, encontra um pobre endurecido pelo frio e com gesto generoso corta em duas a manta, dando a metade ao pobre. À noite, em sonho, viu Jesus, envolto naquela metade de manta sorrindo-lhe reconhecido.
Martinho, filho de um tribuno romano, nasceu em Sabar0ia, Panônia, no ano 316. Aos 15 anos já vestia a divisa militar. O episódio da manta deve ser colocado nesse período, porque aos 18 anos abandonou a milícia, recebeu o batismo para seguir santo Hilário de Poiters, seu mestre. Após um breve noviciado de vida eremítica na ilha Galinária, Martinho fundou alguns mosteiros.
Após uma pausa de vida contemplativa, abriu-se à ativa: Martinho, eleito bispo de Tours, tornou-se o grande evangelizador do centro da França. Tinha sido, como se disse, um soldado sem querer, monge por escolha e bispo por dever. Nos 27 anos de vida episcopal ganhou o amor entusiasmado dos pobres, dos necessitados e de todos os que sofriam injustiças, mas era mal visto por parte do clero que preferia a vida cômoda. Foi até repreendido por um certo padre Brício. Tornou-se proverbial: “Se Cristo suportou Judas, por que eu não suportaria Brício?”
Morreu em 8 de novembro de 397 em Candes, França, durante uma visita pastoral. Seus funerais, três dias após, foram uma verdadeira apoteose. Pode ser considerado o primeiro santo não mártir a ter festa litúrgica.
Ó Deus, que fostes glorificado pela vida e a morte do bispo São Martinho, renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.