Naquela manhã, em que o rei Mwanga reuniu a corte, pairava no ar uma grande expectativa. Na sala percebia-se a insólita presença de alguns energúmenos, enquanto o grupo dos pajens reais, se comprimia em volta do trono. A estes Mwanga deu uma ordem esquisita: “Todos aqueles entre vocês que não têm intenção de rezar podem ficar aqui ao lado do trono; aqueles porém que querem rezar reúnam-se contra aquele muro”. O chefe dos pajens, Carlos Lwanga, foi o primeiro a se mover do lugar e depois dele outros 15. “Mas vocês rezam de verdade?”, perguntou o Rei. “Sim, meu senhor, nós rezamos realmente”, respondeu em nome de todos Carlos, que com seus companheiros havia passando em oração a noite apenas finda. “E querem continuar rezando?”. “Sim, meu senhor, até a morte”. “Então, matem-nos”, decidiu bruscamente o Rei, dirigindo-se aos algozes. No Reino de Mwanga, Rei de Buganda, que faz parte atualmente da Uganda, rezar, ou seja, ser cristão era absolutamente proibido.
Os 22 mártires ugandenses foram beatificados pelo Papa Bento XV e canonizados pelo Papa Paulo VI a 18 de outubro de 1964, na presença dos Padres do Concílio Vaticano II, e o próprio Paulo VI consagrou em 1969 o altar do grandioso Santuário que surgiu em Namugongo. Estes são os primeiros mártires da África negra.
Ó Deus, que fizestes do sangue dos mártires semente de novos cristãos, concedei que o campo da vossa Igreja, regado pelo sangue de São Carlos e seus companheiros, produza sempre abundante colheita. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.