A cidade de Luca, Itália, onde Zita exerceu durante quase 30 anos o humilde ofício de doméstica, elegeu-a sua Padroeira. Zita nasceu em 1218 em Monsagrati, um povoado nas proximidades de Luca. Vinha de uma humilde família de camponeses, cujas meninas para adquirir um dote e, o mais das vezes, para não ser um peso para a família, eram colocadas a serviço junto a uma família da cidade.
Antes das atuais conquistas sociais, a profissão de doméstica equivalia a uma “servidão”. Zita, com apenas doze anos de idade, foi posta a serviço da família Fatinelli e aceitou com serenidade a sua condição social. Tolerava qualquer indelicadeza, seja da parte dos patrões que no começo trataram-na com injustificada severidade, seja da parte de suas colegas de trabalho, enciumadas por seu zelo e por seu desinteresse total.
Era generosa nas esmolas aos pobres que batiam à porta da rica morada dos Fatinelli, mas dava da sua parte, pois vivia com muita simplicidade. Conta-se que uma companheira de trabalho, invejosa da estima que Zita tinha sabido conquistar (após as primeiras humilhantes provações, foi-lhe confiada a direção da casa), acusara-a junto ao patrão de dar muitas coisas aos pobres. De fato um dia Zita foi surpreendida enquanto saía de casa com o avental cheio para visitar uma família necessitada. À pergunta do patrão respondeu que estava levando flores e folhagens. E deixando livres as pontas do avental, uma chuva de flores caiu aos seus pés.
Sua vida foi toda um símbolo florido de virtudes cristãs provando que em qualquer condição social existe um lugar para a atuação dos conselhos evangélicos. As suas virtudes impunham a admiração de todos os que dela se aproximavam e, após a morte, 27 de abril de 1272, imprimiram uma força irresistível à devoção popular. O seu túmulo na Basílica de São Frediano, que ainda guarda o seu corpo, sempre foi meta de peregrinações. O seu culto foi solenemente aprovado a 5 de setembro de 1696, pelo Papa Inocêncio XII. O Papa Pio XII proclamou-a Padroeira das domésticas.
Ó Santa Zita, que no humilde trabalho doméstico soubestes ser solícita como foi Marta, quando servia Jesus, em Betânia, e piedosa como Maria Madalena, aos pés do mesmo Jesus, ajudai-me a suportar com ânimo e paciência todos os sacrifícios que me impõem os meus trabalhos domésticos: ajudai-me a tratar as pessoas da família que sirvo como se fossem meus irmãos. Ó Deus, recebi o meu trabalho, e pela intercessão de Santa Zita, dai-me forças para cumprir sempre meus deveres, para merecer o reconhecimento dos que sirvo e a recompensa eterna no céu. Amém.