Chamavam-no “o advogado dos pobres” porque defendia gratuitamente aqueles que não tinham dinheiro bastante para pagar um advogado. Marcos Reyd – o futuro Capuchinho Frei Fidélis – nasceu em Sigmaringen, Alemanha em 1577, laureado brilhantemente em filosofia e em direito pela Universidade de Friburgo, na Suíça, tendo empreendido a carreira forense em Colmar na Alsácia. Mais inclinado aos estudos filosóficos que às intrigas do tribunal, Marcos Reyd acolheu com entusiasmo o convite do Conde de Stotzingen, que lhe confiava os filhos e um grupo de jovens promissores para que os encaminhasse aos estudos e ao conhecimento dos problemas do mundo contemporâneo.
Permanecendo nada menos que seis anos em várias cidades da Itália, da Espanha e da França, ministrou aos jovens e nobres alunos úteis ensinamentos que lhe deram o novo apelido de “filósofo cristão”. Abandonou tudo e voltou a Friburgo, desta vez ao Convento dos Capuchinhos e vestiu o humilde hábito de São Franciscano em 1612.
Foi incumbido de ir à Rezia para pôr fim ao avanço do protestantismo. Foi acusado de estar a serviço do Imperador católico da Áustria. O Santo Frade continuava impávido a sua missão, indo de cidade em cidade fazendo suas pregações. “Se me matarem – disse aos irmãos, partindo para Séwis – aceitarei com alegria a morte por amor de Nosso Senhor. Considerá-la-ei uma grande graça”. Isso era quase uma profecia. Em Séwis, durante uma prédica, ouviu-se um tiro. Frei Fidélis continuou pregando até o final do sermão e logo depois se dirigiu à casa. Quando menos esperava estava cercado por uns vinte soldados, chefiados por um Ministro que depois se converteu. Intimaram-no a renegar tudo o que tinha acabado de pregar. “Não posso, é a fé de vossos avós. Eu daria de bom grado minha vida para que vós voltásseis a esta fé”. Atingido pesadamente na cabeça, teve apenas o tempo de pronunciar uma palavra de perdão aos seus agressores, antes de ser abatido por golpes de espadas. Era o dia 24 de abril de 1622. Foi canonizado em 1746 pelo Papa Bento XIV.
Ó Deus, que destes a palma do martírio a São Fidélis quando, abrasado de amor, propagava a fé verdadeira, concedei, por sua intercessão, que, enraizados na caridade, confiemos também na força da ressurreição do Cristo. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.